Diretrizes para Reabilitação de Pessoas com AVC

 

OBJETIVO DAS DIRETRIZES: 

O objetivo da diretriz é fornecer orientações às equipes multiprofissionais de Saúde especificamente quanto aos cuidados em reabilitação, considerando as alterações físicas, auditivas, visuais, intelectuais e emocionais das pessoas que sofreram AVC.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC: 

Segundo dados da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC), um em cada seis indivíduos no mundo terá um AVC ao longo de seu curso de vida. Tais dados chamam atenção para a importância de ações voltadas à vigilância à saúde dessas pessoas, tanto no sentido de reabilitação quanto de prevenção e promoção da saúde, a fim de favorecer a qualidade de vida da população.

De acordo com a OMS, o AVC refere-se ao desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da função cerebral, com sintomas de duração igual ou superior a 24 horas, de origem vascular, provocando alterações nos planos cognitivo e sensório-motor, de acordo com a área e a extensão da lesão.

O sinal mais comum de um AVC, o qual ocorre com maior frequência na fase adulta, é a fraqueza repentina ou dormência da face, braço e/ou perna, geralmente em um lado do corpo. Outros sinais frequentes incluem: confusão mental, alteração cognitiva, dificuldade para falar ou compreender, engolir, enxergar com um ou ambos os olhos e caminhar; distúrbios auditivos; tontura, perda de equilíbrio e/ou coordenação; dor de cabeça intensa, sem causa conhecida; diminuição ou perda de consciência. 

FATORES DE RISCO: 

Conhecer os fatores de risco para o AVC faz-se essencial para prevenir a sua ocorrência. A prevenção reduz os custos especialmente em reabilitação e hospitalização. Essa prevenção deve ocorrer em todos os níveis de atenção, sendo a maior ênfase na atenção básica, alcançando principalmente aqueles que já tiveram um primeiro AVC e minimizando, dessa forma, riscos de recorrência e maiores comorbidades em longo prazo.

Pessoas que estão dentro do grupo de risco não modificáveis podem ser beneficiadas com maior atenção nos cuidados básicos de saúde. O grupo pertencente a riscos modificáveis precisa de incentivo e apoio para mudança de estilo de vida. Nos fatores de risco potenciais, o desafio é não permitir que estes se tornem um risco efetivo.

Grupo de risco não modificável

  • Idosos
  • Sexo masculino
  • Baixo peso ao nascimento
  • Negros (por associação com hipertensão arterial maligna)
  • História familiar de ocorrência de AVC
  • História pregressa de AIT
  • Condições genéticas como anemia falciforme

Grupo de risco modificável

  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Tabagismo
  • Diabetes Mellitus
  • Dislipidemia
  • Fibrilação atrial
  • Outras doenças cardiovasculares

Grupo de risco potencial

  • Sedentarismo
  • Obesidade
  • Uso de contraceptivo oral
  • Terapia de reposição hormonal pós-menopausa
  • Alcoolismo
  • Aumento da homocisteína plasmática
  • Síndrome metabólica por aumento da gordura abdominal
  • Uso de cocaína e anfetaminas

REABILITAÇÃO DA PESSOA COM AVC: 

Recomenda-se que a reabilitação da pessoa com AVC aconteça de forma precoce e em toda a sua integralidade. A pessoa com alterações decorrentes de um AVC pode apresentar diversas limitações em consequência do evento, e a recuperação é diferente em cada caso. O tratamento médico imediato, associado à reabilitação adequada, pode minimizar as incapacidades, evitar sequelas e proporcionar ao indivíduo o retorno o mais breve possível às suas atividades e participação na comunidade.